Transição Inverno-Primavera
Passou sobre mim e, praticamente, todos vós, mais um inverno - o Inverno e a Primavera de 2016.
Como são belas as flores rosa, estas como as flores das malvas, dão um belo tom rosa no verde dos nossos campos
Não fiz grandes caminhadas este inverno mas, ainda deram para observar as flores - as minhas Flores de Inverno. Eu e as flores nunca nos abandonamos. Nem eu a elas nem elas a mim.
Caminhava eu, há dias, na serra da Mira, entre os lírios selvagens, e aqui e ali, me esperavam as papoilas
Olhamos-nos, observamos-nos e, até o meu amigo Apolo sorri lá de cima. Ele sabe que as flores de inverno encantam. Todos os anos, o velho inverno passa o testemunho à sua jovem irmã, sempre acompanhado de flores. As flores nascem e morem todo o ano e, são as flores de inverno as que mais me encantam.
Também o tão amarelo desta espécie de campainhas, lá estava me esperando
Porquê? Talvez porque, nem a dureza do tempo as faça desistir. Elas levantam as suas pétalas para dizerem, "olá, Ventor"
Caminhando na serra de Sintra estavam as ericas, as minhas belas florezinhas rosadas ...
... e, junto, as belas urzes brancas. Bastam elas para me levarem à serra de Sintra
Quando comecei a ter mais tempo para voltar a observar as flores, normalmente, tinha o hábito de esperar a Primavera e o Verão, como nos meus tempos de criança, pelos arredores das minhas Montanhas Lindas. Mas comecei a verificar que, de facto, as flores me observavam a mim, durante todo o ano. E foi no Inverno que eu resolvi observar melhor as flores e escrever sobre elas, neste blog, chamando-lhe, "Flores de Inverno". Com o tempo resolvi mudar-lhes o nome para, "Flores da Vida". Comecei a pensar que, realmente, as flores são a vida de todos nós, são a nossa fonte de vida. Não esqueço as flores do pessegueiro, da macieira, da pereira, da ameixeira ... e, tantas outras.
Também passei pelo Cabo Raso e lá estavam as flores selvagens do açafrão. Belezas de inverno para animar as minhas caminhadas
Eu observava a sua beleza e, depois, aguardava, dia após dia, a chegada dos frutos que via crescer e esperava que eles amadurecessem e, quantas vezes, os comia verdes, como a maçãs e as peras.
Também no Cabo Raso, estavam as silene litorea da areia e essas coisinhas brancas de cima, para me animar
Com a chegada da Primavera chegam mais flores que se juntam a tantas outras que existem pelo inverno fora. E não são poucas! Até as papoilas caminham a meu lado, durante o inverno. Já me apercebi que o Inverno não tem coragem de não tratar das flores para que a menina bonita de todos nós, a sua irmãzinha,seja recebida com as suas honras.
Mas pelos nossos campos a brancura de outras silene rupestris ...
... e o colorido da pervinca, animam as minhas caminhadas
Mas não é só isso! Caminhava, há dias, na serra de Sintra e fui visitar umas urzes brancas, muito especiais, para ver como estavam as suas flores. Do seu interior chegou uma voz. "Tem calma, Ventor, olha que não és só tu que dedicas tempo às flores da urze! Eu sei que tu, tal como eu, gostarias muito de voltar a caminhar entre as urzes roxas. Mas tu e eu temos de nos contentar com estas urzes branquinhas. E não te esqueças que a menina Primavera, voltará a espelhar a sua alegria com a sua auréola de flores, entre as quais estarão as flores da urze branca". Claro que eu continuo a acreditar nos meus amigos duendes! Se não acreditar, o mundo não presta!
Estas flores que não sei como se chamam, empoam-se para me verem beber o café e comer o travesseiro, por Sintra
Acredito pois! Ela vai chegar hoje às 04:30 horas da manhã e, como não me vai ver, esperará que a luz do nosso amigo Apolo nos alcance e nos faça voltar a rir, dançar, pular, abrir os braços e contemplar tudo o que, apesar de tudo, este mundo ainda tem de belo.
Mas Sintra também é uma terra de camélias que se põem bonitas para receber o Ventor
As flores são lindas e tu trazes mais, Primavera. Espero continuar a caminhar entre as flores que o Inverno nos deixou e aquelas que tu nos trarás.
Bem-vinda, Primavera!