Gentiana Pneumonanthe
Sim, é esse o nome. Gentiana Pneumonanthe ou, ainda, gentiana-de-turfeiras. É uma flor das regiões alpinas europeias, isto é, de regiões de altitude, como a área da Pedrada, na serra de Soajo. Ela aparece nessa zona e floresce desde Agosto a Novembro
Ela aí está! A minha gentiana favorita, aquela que caminha a meu lado, pela Serrinha, pela Corga da Vagem, pela Pedrada.
Uma gentiana, uma das minhas flores azul
Um dia, em Setembro, caminhávamos nós do Alto da Derrilheira para a Corga da Vagem e, à minha frente, ia uma flor francesa e a sua mãe: Judite e Alice. Eu ouvi: "mãe quando vemos a Pedrada? Ainda fica longe"? Eu também olhei a ver se faltava muito para a Judite descortinar a Pedrada. É um pouco desolador para quem não conhece, subir do Poulo do Muranho ao Alto da Derrilheira, olhar na direcção da Pedrada e não a ver quando já leva na mente que, por trás da Derrilheira fica o Alto da Pedrada. Mas existe uma saliência que nos bloqueia a Pedrada.
Gentianas, na Corga da Vagem
As gentianas gostam dos solos de altitude
Nessa ocasião, em Setembro de 2001, eu ainda não tinha descoberto, nas minhas montanhas Lindas, esta bela flor azul. Caminhava então, apenas e só, com os olhos à procura da Pedrada, como sempre fazia e tal como a Judite fazia nesse momento.
Hoje, faço essa caminhada, inclinando-me sempre para a minha esquerda, com um olho à procura duma ou mais corsas, e com o outro à procura, da minha bela gentiana azul. A Pedrada sei que não sai de lá e sei exactamente onde ela permanece.
Mas não é fácil encontrar as gentianas entre as carqueijas, as carrascas (ericas), os tojos, as urzes, as ervas, ... É necessário levar um olho ou os dois a vasculhar o solo. Também há gentianas mesmo junto ao Alto da Pedrada, na encosta que se debruça sobre as Forcadas.
Acho esta flor uma beleza. Tenho pena de as fotografar cheias de pó e nunca as apanhar lavadas depois de uma chuvada
Mas tenho uma certeza, quanto às minhas caminhadas ao lado das gentianas azuis. Nunca as verei numa jarra, na minha sala, porque não sou capaz de as tirar do solo que lhes dá vida.
Mantenho para mim que todo o ser vivo está apegado à vida e acho que as gentianas batem-me palmas ao verem-me caminhar naquelas belas alcatifas, fazendo tudo para não as machucar debaixo das minhas botas. Vasculho o chão observo as gentianas e calculo as passadas a dar sem pisar uma gentiana que me apareça pela frente.