As Flores já Caminham a Meu Lado
Este ano não dei as boas vindas ao velhote de barbas brancas a que, genericamente, chamamos Inverno. Eles são quatro irmãos, mais especificamente, 3 irmãos e uma irmã. Queiramos ou não, temos de viver e conviver com os quatro.
Este inverno tem sido por demais por esse mundo fora e, no dia da sua chegada, em 21 de Dezembro, terá vindo de mau humor e levou a minha companheira de caminhadas a partir a perna. Ele veio mesmo com cara de poucos amigos e não gostou de ver ela dirigir-se ao Ventor e virar na porta à direita para cumprimentar uma das desgraçadas que fazem companhia à sua mãe nas desgraças do fim da velhice.
Mas no dia 2 de Fevereiro, 21 e hoje, 23, eu tentei verificar se o Inverno, esse velhadas continua mal humorado. Fui à serra de Sintra duas vezes neste mês e uma à mata do Estádio Nacional ver os meus amigos estorninhos e outros.
Scilla Monophyllos
Sete Sangrias, nome científico: Cuphea carthagenensis
Na serra de Sintra o Inverno permitiu-se tratar das flores do Ventor. Elas lá estão, como todos os anos, felizes da vida. Hoje, alonguei a minha visita às flores que, no Guincho, se penduram sobre o mar e resistem a todos os vendavais.
Ao encostar o carro, perante o marejar das ondas e os seus estrondos de encontro às rochas da costa, comecei logo a observar as belezas coloridas em belos tufos que mais pareciam vasos a sair do terreno rochoso e logo iniciaram a sua cantoria e gritando: "salvé Ventor"!
Crocus sativus
Podem haver coisas lindas neste mundo mas nada mais belo que as flores. Flores como os chorões do Cabo que invadiram as nossas zonas de praia, as Armeria welwitschii, os Crocus sativus e outras, lá estavam a saudar as ondas e a observar o mar.
Armeria welwitschii
Armeria welwitschii (raiz divina)
Estas raízes divinas cujo nome científico é Armeria welwitschii, parece que espreitam por uma janela a observar o mar, enquanto são borrifadas pelas gotículas que as ondas espalham ao mesmo tempo que vão ameaçando as rochas.