Papoilas cantando
Hoje apeteceu-me prestar a minha homenagem às papoilas!
A papoila é uma das flores mais populares e mais belas dos nossos campos, pelo menos, por este país mais a sul.
Como são belos os campos salpicados de papoilas pelo Alentejo! Como são belas aquelas manchas vermelhas e como são belas as cotovias subindo na vertical e cantarolando sobre as papoilas!
Há dias que, rodando as minhas tristezas pelo IC19, eu observava pela janela do carro um belo pedaço de terreno cheio de papoilas. Esse pedaço de terreno faz parte das hortinhas que alguém cultiva, ajardinando as descidas de terreno sobre o IC19. Ora são as couves, ora são as batatas, ora são as favas, as ervilhas ou ... neste caso, as papoilas que, naturalmente, fizeram ali o seu santuário!
Todos os dias que lá passo faço os meus olhos saltitar e deitarem-se sobre aquele lençol pintalgado de verde e vermelho. Pedia à dona do Quico para fotografar as papoilas, mas o IC19 é aquele inferno que todos conhecemos onde não é permitido encostar e a dona do Quico via as papoilas ficarem sempre para trás.
Hoje, regressando de Lisboa, fui beber mais um café ao Borel e, de repente, pensei que era o dia certo para o meu encontro com as papoilas. Bebi o café e dirigi-me em direcção de Lisboa, entrei para Alfragide, virei para a Reboleira e fui por trás do local das papoilas. Deixei a dona do Quico no carro e fui pelo trilho dos machambeiros até fazer com que os meus olhos beijassem por algum tempo aquelas belas papoilas. Só não desci a pequena encosta para não pisar as machambas, mas mandei a minha máquina ir até lá e ela rebocou-me as papoilas até me encherem os olhos daquela beleza vermelha.