07.02.04
Flores no nevoeiro
Ventor
Esta flor é azul, um azul bonito, mas está perdida no meio do nevoeiro ...
... e de tão perdida que está e carregada de humidade, não se consegue virar ao contrário. Tive de ser eu a fazê-lo. Agradeceu-me mas voltou a colocar-se na mesma. Disse-me que logo que o nevoeiro passe, o meu amigo Apolo dará um jeitinho!
E Apolo já espreitava para me perguntar o que fazia na serra da Mira tão escondido nós estávamos. Sorriu e escondeu-se quando eu lhe disse que tentava colocar tudo no seu lugar.
Daí o diálogo com este caracol! Quando começou a gritar para não o levar para comer, pois ele só era pouco e muitos juntos matavam. Isto devido à poluição, claro!
Mas ele estava atarantado com o nevoeiro e ao ver que estava frente ao Ventor, sorriu e desculpou-se por se ter sentido intimidado. Afinal ele tinha-se precipitado. Disse que era devido à solidão!
Este estava mais contente pois conheceu-me logo. Tal como eu, sente-se bem entre as flores!
Desci a serra da mira no escuro nevoeiro, pois Apolo só mesmo no alto me disse olá! Continuei entre as flores com o bigode cheio de bolinhas de água que o nevoeiro brincando, se entretinha a depositar no meu cabelo e no bigode.