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O Ventor entre as Flores

Caminhem com o Quico e o Ventor entre as flores

O Ventor entre as Flores

Caminhem com o Quico e o Ventor entre as flores

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Flor na serra de Soajo, em Adrão

Flor na serra de Soajo, em Adrão

Flores na serra de Soajp, em Adrão

Flores na serra de Soajp, em Adrão

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Não há nada mais belo que caminhar num campo de flores


03.02.11

Flores de Inverno


Ventor

Que saudades eu já tinha das Flores de Inverno!

É uma beleza caminhar entre as flores e mais ainda, quando caminhamos entre elas, em pleno Inverno.

Eu sei que as flores têm o seu ciclo e que elas transitam de estação para estação.

 

 

 Flores das malvas. Elas enfeitam os nossos campos de cor-de-rosa para animarem o Ventor

 

Mas, há muito tempo que eu não observava as Flores de Inverno. Desde mais ou menos dois meses, portanto, desde o Outono, que não faço uma caminhada digna entre as flores.

Não. Não é exagero!

Só há dias eu observei as Flores de Inverno.

O meu amigo Apolo correu comigo do Tejo, onde observava grupos de turistas, japoneses e outros, a tirar fotos à Torre de Belém, ao Pavilhão dos Descobrimentos, duas belezas lindas do nosso mundo e, sob os auspícios de nosso amigo Apolo, metiam as máquinas pelo Tejo dentro e, tal como eu, sacavam tudo que havia para sacar. Cacilheiros, traineiras, porta-contentores, o Cristo-Rei, barquinhos à bela, corvos marinhos, gaivotas, troncos que a corrente arrasta, ... tudo!

 

 

O encanto azul da flor da borragem, é a demonstração do espaço que vem das alturas, de onde emana o nosso amigo Apolo. Eu chamo-lhe a beleza azul!

 

O meu amigo Apolo, escarranchado sobre uma nuvem, gritou-me: "Ventor, esqueceste as flores de Inverno"? E eu, quase atormentado respondi: «não, não esqueci! Tu esqueceste-te de mim! Não ligas ao que Te peço, Tu é que esqueceste as flores!

"Não, Ventor! Caminha como podes e sabes e procura as Flores de Inverno. Elas esperam por ti"!

 

 

Mais uma cor rosa que serve de campo de pasto deste meu amigo albi-negro-amarelo, um dos moribondos de fogo de José Sarney, um ex-presidente do Brasil que um dia, sem querer, na Livraria Bertrand, no Chiado, me falou dos Moribondos de Fogo

 

Meti-me no carro e, resolvi dar uma olhada, ali por Queluz. Meia hora, apenas para olhar! Mas, ao sair do carro, deparei-me com as flores de Inverno, as verdadeiras flores de Inverno e, entre elas, as flores da amendoeira e do abrunheiro, sorrindo e batendo palmas para o Ventor.

Dantes tinha o Quico e isso bastava-me para me dedicar às flores. Ia às ervas, observava as flores e trazia tudo para o Quico. Agora, andar torna-se proibitivo, as ervas que eram do Quico não me servem para nada e, as flores, começam a sentir a minha falta. Tudo acaba na nossa vida, até as flores! mesmo quando eu vos digo: «Flores Sempre», eu sinto que elas e eu caminhamos para o divórcio. Os nossos trilhos afastam-se cada vez mais. Sinto que acenamos, gritamos, mas ... distanciamos-nos.

 

 

Um campo de azedas. Aquilo que por aqui se fala, mas que eu, relegando para segundo plano, não entendia! Afinal é tudo tão simples! É a flor amarela do trevo, a erva azeda e não sei que mais ... Eu até julgava que elas se davam bem com os trevos. Afinal elas são os próprios trevos. Será? A mania de facilitar, só origina confusões! 

 

O nosso amigo Apolo tenta manter-nos unidos, mas falta o lacete ... falta-nos a amarra que se chamava Quico!

 

Mas esta noite sonhei com o Quico. Entrei num edifício que terá sido um grande armazém. Muito amplo, vazio e, só lá no fundo, umas pilhas de madeiras. Das madeiras saíram-me três gatos. Três Quicos iguaizinhos!

Olhei para eles e o meu coração começou a cavalgar. Os três gatos olharam-me e todos para mim eram Quicos, até na maneira como o seu pelo se dispunha nos seus corpos. Todos me olhavam e eu disse: «Todos vocês são iguais ao meu Quico»! Um abandonou os outros dois, correu até mim, deu um salto para os meus braços e ficou abraçado a mim.

 

 

 Margaridas, Manéis, Marias - alvuras matinais das minhas antigas e belas caminhadas!

 

Tu já não me conheces Ventor? Ficamos agarrados os dois, saí com ele desse edifício e deparei-me com um campo cheio de ervas verdes e, entre elas, muitas flores. Flores de todas as cores. Tudo tão lindo, coberto por sol e sombras de nuvens. Quando acordei ainda sentia nos meus braços o peso do corpo do meu Quico.

Por isso, em memória do meu Quico, vou deixar aqui, para ele e para vós, algumas flores de Inverno - as minhas, as nossas flores!

 

 

As tais flores das azedas que, são ou não são azedas, mas a que chamam azedas! Afinal as nossas azedas são outras, estas apenas são as flores de umas coisinhas a que chamam trevos. A chatice é que há outras flores amarelas a que chamam trevos. Assim, continuo sem saber o que são e o que não são trevos ou azedas. Mas continuemos porque, sejam umas sejam outras, espero não fazer sopa de umas ou das outras!

 


Em todo o mundo há flores lindas, como as minhas Flores de Inverno ou Flores da Vida mas, não ofuscam as flores das minhas Montanhas Lindas

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