Voltei às Flores
Hoje, depois de uma pequena caminhada para beber o café e trazer ervas para o Quico, por vontade da dona do Quico, subimos até à serra da Mira (Clique neste link).
Belezas que continuam sorrindo para mim
Seria que ela queria avaliar, se eu mantinha a minha capacidade de voltar a caminhar entre as flores?
Ficou no carro e eu fui andando para ver se via um dos meus amigos verdes que estarão a sair da hibernação.
Um dels, não acredito que volte a ver, porque foi submetido, pelo menos, por 4 vezes, talvez mais, a descargas de entulhos de obras que nunca têm fim. A sua "residência" levou com rochas em cima e ele não terá hipótese de sair do mundo de inverno que era o seu. Será pouco provável que o volte a ver.
Depois segui, caminhando por entre as ervas verdes e flores sem fim, no meio de uma das minhas sinfonias preferidas - uma orquestra de abelhas - que, embora limitada, já deu para me alegrar nesta curta surtida de 45 minutos de passeata.
Estas espécies fazem o meu encanto por me lembrarem o meu amigo Apolo
Pensei voltar lá depois do almoço, mas esta vida não está a ser um mar de rosas, e o salmão grelhado, comido ao almoço, não ajudou nada! Aceitei o desafio do Quico e encostei-me sobre a cama a ouvir as minhas músicas desfilando suavemente, com um som adequado ao enlevo e ao sono. Dentro de algum tempo, estava a caminhar às portas do Paraíso, só e mal disposto!
Eram umas muralhas enormes!
Uma grande porta de madeira reforçada de fitas metalicas indestrutíveis, rangeu e a cara de um dos porteiros (não era o S. Pedro!), espreitou e perguntou-me se queria entrar. Disse que não, que estava apenas a descansar da caminhada que dera entre as flores, pois faltavam as campainhas amarelas e caminhei sempre até as encontrar e acabei por chegar, até ali, sem ver nehuma.
A minha mãe que ouviu a minha voz, no jeito dela disse: "olha o meu Ventor que vem para junto de mim"!
A minha caminhada é retraída para fazer o menor estrago possível
O Senhor da Esfera pediu ao meu cavalo Antar para me chamar e o cavalo relinchava dentro das muralhas. Espreitou-me por cima das muralhas e vi o branco do olho por cima da sua órbita, todo de pé, mostrando-se na parte superior, e com as patas da frente todo no ar a pedir-me para entrar.
Depois ouvi a voz do Senhor da Esfera dizer: "deixa-o! Ele ainda não está pronto para passar as muralhas"!
A minha mãe gritou: "vai meu filho, meu Ventor, corre que esse é o teu mundo"!
Ouvi um magnífico som que vinha das campainhas amarelas que encheram tudo á minha volta e em volta das grandes muralhas que cercavam o Paraíso.
A beleza amarela daquelas lindas flores a que chamamos campainhas, tocaram para mim uma da mais belas melodias que se possa imaginar.
Elas desciam as muralhas a tilintar e rodearam-me! Quando virei as costas às muralhas só via nuvens esfarrapadas á minha volta esvoaçando naquele azul profundo e, ensopado em suor, acordei deitado na minha cama com o Quico a observar-me.
Estas parece que me querem falar!
Só lhe faltou perguntar-me: «estiveste com o Antar»?